sábado, agosto 19, 2006

Há quanto tempo não me amarras à cama

Se tu estranhas eu estar assim Com as ligas de cetim E de chicote na mão; Se tu estranhas eu te pedir P’ra me bateres a seguir E p’ra me atirares ao chão. Se tu tens medo de me aleijar E me chicotear com a pulseira de picos; Se tu estás armado em banal Eu quero um animal, Vem cá fazer-me em fanicos…

Pensa bem, Há quanto tempo nem um murro me dás Vives com o rabo a roçar nos sofás E já nem pregos colocas no pijama. Pensa bem, Há quanto tempo não me matas de dor Nem olhos negros tu me consegues por. Há quanto tempo não me amarras à cama? Pensa bem, Há quantos anos algo em ti já morreu Faz tanto tempo que o viagra apareceu Mas não acende em ti nenhuma chama. Pensa bem, Há quanto tempo vivo já neste horror Ninguém no mundo me castiga com dor. Há quanto tempo não me amarras à cama?

Se tu estranhas eu te morder E estranhas taras eu ter Gostar de levar porrada; Vem cá, Vem me morder como um cão, vem me arrastar pelo chão Deixa-me toda marcada. Se tens medo de exagerar, De não conseguires parar se lhe tomares o gosto, Deixa estar, se algo de mal se passar, Se eu ficar a estrebuchar, Vou de ambulância para o posto…