quarta-feira, agosto 22, 2007

Maturidade

Hoje quando vinha para a FEUP lembrei-me de uma coisa: se calhar as ideias exigem um nível de maturidade para serem compreendidas.

Se calhar as ideias são como aqueles itens dos jogos, que dão poderes especiais mas que exigem uma determinada qualidade no nível X. Quem é que nunca passou por isto? Há muitas alturas na minha vida em que me dizem algo, que eu ouço (ouço mesmo, juro), mas que não entra na minha mente e não sabia porquê. Mas agora, parece que tudo começou a ficar mais claro.

Há um tempinho atrás (dois anos, mais coisa, menos coisa), estava eu no gabinete 9 do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação quando ouvi uma voz que me dizia que, já que eu gostava de Genética e Biologia, podia entrar nessa área trabalhando em Multimédia. Nessa altura, ouvi e recusei: 'não é isso que eu quero'. Ontem, olhei para um cartaz e pensei 'E se eu trabalhasse em Multimédia em projectos ligado a Genética e Biologia?'

Nunca fui uma boa medium (apesar de às vezes achar que o sou em demasia, mas isso agora não interessa nada). O Egas disse-me, há um tempinho, estavamos nós nos jardins do Palácio, que tu tem a ver com frequências e percebo agora que eu e aquela voz de há dois anos (mais coisa, menos coisa :P) não estavamos na mesma frequência (se é que algum dia estivemos ou viremos a estar). A minha maturidade não era por aí além, não consegui apanhar a ideia e penso quantas outras ainda me faltam apanhar...

terça-feira, agosto 21, 2007

Marilyn Manson

Antes de mais quero agradecer ao Danilo por existir e ter um Blog e ao Bruno por ter o mesmo Blog e escrever lá.

Agora:

Sabem quando um ser humano deixa de o ser para ser um conceito? Quando as células de um organismo deixam de constituir um Homem e passam a constituir uma obra-prima com vida? Algures na distância entre os animais e os deuses, mas mais perto destes últimos? Ora, o conceito, a obra-prima e o semi-deus vêm a Portugal, tudo junto numa só noite, num só espaço, numa só forma de vida.

Pois é, Marilyn Manson vem a Portugal para mais um concerto. Aposto tudo o que tenho em como vai ser a noite mais mágica da capital, em como as estrelas se vão alinhar de forma perfeita no nosso céu só para ver o astro-rei actuar. E todas as palavras são poucas para descrever como me sinto, neste momento e desde esta tarde.

O conceito

Marilyn Manson. Tudo pode ser dito nessas duas palavras e nunca mais nada fará tanto sentido. E no dia em que o corpo celeste se eclipsar a Humanidade saberá nunca mais vai ser a mesma. A Lua deixará de ser o que nós hoje conhecemos, no manto azul sobre nós, à noite, deixarão de haver estrelas com brilho. Vestiremos a nossa melhor roupa nesse momento, pentearemos os nossos cabelos da melhor forma possível. Ergueremos as nossas cabeças a um céu que não mais o será e sorriremos com a dor que nos golpeará o peito e nunca passará.

No nosso sorriso vamos colocar tudo o que de melhor construímos na vida e iremos dizer adeus da forma mais sentida, escrevendo mensagens de eterna saudade com o nosso sangue nos muros, até não sobrar nem uma gota. Depois de nós, toda a natureza irá também. As águas dos rios, mares e oceanos iram rumar ao vazio e desaparecer. As plantas soltarão as suas raízes e caminharam para o fim comum.

Até lá, o planeta continuará a sorrir, com a glória e o esplendor da eternidade efémera que o mudou para sempre.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Harry Potter

Toda a gente gosta de Magia. Porquê? Ora, porque envolve forças que nunca ninguém conseguiu dominar por completo, é um assunto que entra numa área desconhecida para nós, nós seres humanos habituados a dominar tudo à nossa volta. Há quem tema a Magia, quem a venere. Eu respeito-a. Outros existirão que pensam que ela pode resolver todos os nossos problemas.

A verdade é uma: este mundo onde vivemos não é o mesmo do Harry Potter. E acreditem que me custa muito admitir que se for à Câmara Municipal não irei encontrar o Lucius Malfoy. Eu sei que gostaríamos de ter uma varinha daquelas [eu gosto mais das que se vendem no Mundo Místico (passo a publicidade), mas…], agitá-la no ar e dizer duas palavras em latim. E, na realidade, até podemos, o problema é que em vez de golpearmos a pele de quem nos irrita só lhe estaríamos a dar um motivo (muito bom, na minha opinião) para se rir.

A Magia que está ao nosso alcance é um pouco mais demorada e menos espalhafatosa. Não se pode ter tudo e ainda bem. Imaginemos o que seria viver num mundo onde as pessoas pudessem levantar um pau e mover energias como quem, actualmente, aperta os cordões dos sapatos. O resultado imediato que me ocorre é desequilíbrio, mas muitos outros se seguem.

Eu sei. Também gostava de ter ido com alguns professores para uma masmorra, de ter um GIF animado na mesinha de cabeceira ou poder ir berrar e partir coisas para o gabinete do Rui Centeno (aka director de Jornalismo e Ciências da Comunicação). Ter uma tatuagem que se mexe no braço e poder colocar uma marca verde por cima da minha casa para a Marta não se perder. Mas não posso e como tal contento-me com a Magia mais tradicional (sempre é melhor que nada).