sexta-feira, março 30, 2007

Nothing else

Posso ficar velha e morrer sozinha, numa casa enorme, com a melhor das vistas. Posso morrer junto com as ondas do mar, que padecem na areia, mas guardarei para toda a eternidade o seu olhar e as suas palavras, junto ao barulho do mar e do seu vazio, em mim, no meu ser, na minha alma, no que é mais imortal nos seres. E chorarei, mesmo sem ter corpo ou existência física. Continuarei com esse legado para todo o sempre e, recordando o som de umas ondas que morreram comigo, lembrar-me-ei dos bons tempos da vida, de quando ainda tinha amor, dessas palavras e desses dois olhos.

Posso lembrar-me também dos corpos onde perdera o meu tentando encontrar-me e chorar. Chorar por pensar que nada tinha valido a pena. Ou chorar de saudades de todos e de cada um, por perceber finalmente, face à impossibilidade de voltar a sentir o mesmo, que tudo valeu a pena e que tinha sido mágico cada momento passado. Que todos os outros corpos tinham algo do meu e que o completavam e, se voltasse atrás, a vida só faria sentido se voltasse a sentir na minha pele todas as outras. Mas nesse momento, eu não sabia nada, não tinha certezas, não tinha dúvidas. Tinha apenas dois olhos que brilhavam e um sorriso que me dizia ‘Tu és capaz’ e não pedia mais.

terça-feira, março 27, 2007

Alguém me disse...

Alguém me disse que tu andas novamente de novo amor, nova paixão todo contente. Conheço bem suas promessas Outras ouvi iguais a essas. Esse teu jeito de enganar conheço bem.

Pouco me importa que te vejam tantas vezes e que tu mudes de paixão todos os meses se vais beijar como eu bem sei, fazer chorar como eu chorei, mas sem ter nunca Amor igual, ao que eu te dei.

terça-feira, março 13, 2007

Eu ainda sou do tempo...

...em que havia autocarros de dois andares, a que nós carinhosamente chamávamos troll's, e que estavam ligados por uma espécie de cabos e não podiam desviar-se muito da sua rota. O meu pai dizia que eram melhores que os eléctricos (não estou aqui a falar de alunos do primeiro ano de Jornalismo e Ciências da Comunicação). Eu sempre gostei mais dos eléctricos, pelo menos neles eu não enjoava tanto nas viagens, mas nessa altura eu achava que ir até à Areosa era ir muito longe. (Note-se, eu morava no Bairro São João de Deus).

...em que as senhas dos autocarros eram cor-de-rosa e para serem marcadas eram picadas, literalmente. Metíamos a dita senha numa máquina que lhe arrancava um pedaço de um dos lados, e caso fosse de duas viagens, do outro lado na volta. Era giro, principalmente quando a dita máquina não estava a funcionar.

...em que havia notas azuis de 100 escudos e com as quais se podia comprar muita coisa.

...em que esta música se ouvia muitas vezes e eu continuo a gostar da mensagem... (O Fernando Pessoa escreve muito bem.... Piada má)

quarta-feira, março 07, 2007

Morreste-me

Seems like it was yesterday when I saw your face You told me how proud you were, but I walked away If only I knew what I know today Ooh, ooh I would hold you in my arms I would take the pain away Thank you for all you've done Forgive all your mistakes There's nothing I wouldn't do To hear your voice again Sometimes I wanna call you But I know you won't be there Ohh I'm sorry for blaming you For everything I just couldn't do And I've hurt myself by hurting you Some days I feel broke inside but I won't admit Sometimes I just wanna hide 'cause it's you I miss And it's so hard to say goodbye When it comes to this, oooh Would you tell me I was wrong? [ Lyrics found on http://www.metrolyrics.com ] Would you help me understand? Are you looking down upon me? Are you proud of who I am? There's nothing I wouldn't do To have just one more chance To look into your eyes And see you looking back Ohh I'm sorry for blaming you For everything I just couldn't do And I've hurt myself, ohh If I had just one more day I would tell you how much that I've missed you Since you have been away Ooh, it's dangerous It's so out of line To try and turn back time I'm sorry for blaming you For everything I just couldn't do And I've hurt myself by hurting you

terça-feira, março 06, 2007

DEMEGI II – A Vingança

Este é o início da minha terceira semana aqui. ‘Aqui?’, perguntam vocês. Sim. Aqui no Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, mais precisamente no Laboratório de Instrumentação para Medição. Estou a estagiar. Sim. Eu fui capaz de decidir onde queria estagiar, e aqui estou eu. Agora estou é indecisa. Não sei se devo continuar o post a falar do Estágio ou não…

Estou a adorar estar aqui. Ainda não passou tempo nenhum, ainda não estou a fazer nada de muito importante, ainda mal conheço os cantos ao edifício, mas estou a adorar. E estou a adorar porque acho que é uma experiência que me está a tornar numa pessoa mais madura (e agora quem conhece o ambiente aqui está a pensar ‘Madura? Só se amadureceu devido ao calor…’)

Quando eu entrei aqui a primeira vez era muito diferente. Não foi só a experiência aqui que me fez mudar, nem me atreveria a afirmar tal coisa, mas a experiência aqui tem-me ajudado a lidar melhor com o que se passa lá fora e é um motivo muito bom para continuar a lutar por tudo aquilo que sempre quis e ainda não tenho.

E outra experiência que me mudou este fim-de-semana foi a ida à lavagem automática de uma bomba de gasolina. Prioridades neste momento: tirar a carta e arranjar namorado.