domingo, abril 30, 2006

I hate Love! I love Hate!

Não acredito num mundo bom e perfeito, porque ele não existe. Não acredito que as pessoas tenham de amar o mundo e perdoa-lo e que só assim é que seremos boas pessoas. Não acredito que o amor é o único caminho. Não acredito nem quero acreditar.

Desde que o mundo é mundo existem guerras (estatais ou mesmo pessoais) e será sempre assim, até ao fim. O ódio nasceu no momento em que este sistema de coisas foi inventado e é o meu caminho. Quando o sangue corre bem mais depressa nas veias, quando o sinto dentro de mim a ferver, quando isto acontece, olho ao espelho e não me vejo a mim, vejo uma pessoa nova, com força e vontade para destruir o mundo. Apaixonei-me por essa pessoa quando a vi pela primeira vez.

Ela é diferente de mim, porque eu ainda vou tendo coração (às vezes mais do que desejado, mas…) e ela não o tem. Nada a consegue parar. Essa pessoa que está do outro lado do espelho deseja ter o mundo e esquece-se de tudo o que a rodeia e a ama, porque isso não importa. O Amor só nos tira força; as pessoas que nos amam e que amamos não passam de obstáculos na nossa conquista. E ela passa por cima de todas elas, sem dó nem piedade…

E fico feliz porque sei que ela vai morar sempre do outro lado do meu espelho, que vai estar sempre lá para quando for preciso e que um dia eu deixarei de existir para lhe dar vida eterna…

quinta-feira, abril 06, 2006

Saudades

Não consigo encarar bem o facto de te teres de afastar. Tens a tua vida e tens de seguir com ela, mas para mim isso não é assim tão fácil. Ainda precisava de ti, ainda me sinto imatura e com um longo caminho à minha frente, mas sem ti. Durante muito tempo sempre estiveste lá, ao meu lado, mas só quando te perdi é que percebi o quanto significas, o teu verdadeiro valor.

Eu sabia que terias de partir, mas podias ficar mais tempo, podias ficar até ao nascer do sol. Só mais uma noite. E acredita que neste momento preciso mesmo de ti. Preciso saber que existe alguém ao meu lado, um receptor para tudo o que sinto e para as minhas dedicatórias/declarações de amor. Esta noite não posso ficar sozinha porque tenho medo do escuro. Toda a coragem que trouxeste irá contigo quando partires. Para trás ficaram apenas as memórias de um tempo feliz, em que eu me sentia especial e o era, de facto.

Ficam também os sonhos partilhados, mas ainda aqueles de que nunca falamos. Nunca te disse que era o teu sorriso que me dava forças quando estava mal e me elogiavas dizendo que te orgulhavas de mim por ter vontade de vencer nas situações em que qualquer outra pessoa baixaria os braços. Nunca te disse o que quero fazer no futuro. Assim como nunca o meu maior desejo é conseguir perceber que religião é a minha e fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ela. E nunca te disse o que és para mim…

Porém, o que eu queria era dizer-te que depois de ti nunca mais me contentarei com ninguém porque sempre foste perfeito em toda a tua perfeição e não mais me contentarei com nada menos que essa perfeição. Procurá-la-ei em todos os braços que se abram para mim e se não a encontrar ficarei sozinha, num canto do meu quarto, lembrando-me de ti e sabendo que encontrarei alguém igual, porque nunca deixarias a minha vida se não soubesses que outro alguém viria.

E nunca te esquecerei. Ficarás para sempre gravado na minha vida como aquele alguém especial, que entrou no meu caminho para sair mais tarde, mas que deixou marcas bem fundas. Alguém que foi pai, irmão; rei, escravo; amante e sempre o será!

Dor

Muitas vezes sabemos que algo nos faz mal, mas mesmo assim continuamos a seguir as nossas vidas, mudando tudo menos tirando do caminho o que magoa. Porque se por um lado nos causa dor, por outro deixa-nos leves e felizes. Só um simples sorriso tem o poder de tornar tudo muito mais fácil. Os problemas existem, sabemos que sim, e temos de lidar com eles. Noutras alturas, estaríamos a ocupar-nos com todas as coisas possíveis para não termos tempo de tratar do que realmente interessa.

Porém, com um sorriso ao nosso lado e uma mão no nosso ombro enfrentam-se os problemas de frente. Sem recorrer ao ‘depois eu trato disso’ ou ao ‘quando puder’, resolvem-se os problemas para ontem. Ontem, quando tudo deveria já estar resolvido e não estava…

Há algum tempo fiz uma amiga, Guiomar. Guiomar está com problemas; estamos todos. (Uma vez li num e-mail que quando se entra na faculdade se percebe que a depressão não é uma ‘frescura’). Disse-lhe algumas vezes que estava a passar pelo mesmo que ela, mas acho que nenhuma das duas percebeu o sentido das palavras que se deslocaram entre nós.

Na última vez, ela expressou a sua vontade de partir, disse-lhe que também era a minha vontade. MAS como poderia eu partir de um local onde já não estava há muito tempo? Já tinha partido, sem avisar ninguém. Surpreendendo-me até a mim própria quando percebi que partira sem pedir autorização. A menina escrava do seu amor tinha começado a tomar decisões por ela própria. Já não era essa menina; era uma mulher, que não tinha a certeza se o queria o ser já ou não.

Sempre que me deitava para dormir ainda sonhava com o homem perfeito, aquele que o seu coração lhe dizia que existia e estava à sua procura em qualquer parte do mundo e que quando se encontrassem, veriam um ponto de luz no ombro do outro (Paulo Coelho. Sempre Paulo Coelho com a sua forma de acalmar os corações com meia dúzia de parágrafos). De olhos fechados, ainda tinha um quarto cor-de-rosa, uma gaveta cheia de recortes de revista de vestidos de noiva. O boneco na mesa-de-cabeceira que me dizia que iria ser uma mãe fantástica. Sentia que ainda era uma menina, que acredita nos contos da Disney, que chora com eles.

No mundo do dia-a-dia, tinha de ser a recém-adulta. A que sabia exactamente o que queria e como se fazem ligações à base de dados. Mas também tinha direito a problemas. Desejava ser desejada pelos homens e sempre que algum deles a tocava de um modo especial, entregava-se por inteiro. Depois ficava o vazio. O vazio de não se ser compreendido, de ter dado tudo e não ter recebido nada em troca, do dia estar a ficar mais e mais pequeno e a noite maior e maior.

O nosso sangue é vertido pelos infiéis. Vai-se aprendendo coisas novas e lendo novas histórias. Surge a ideia do príncipe encantado ser um vampiro. ‘Assim, sim. Assim já podes, já não és criança’. E o sangue passa a ser a nossa maior dádiva. Aqueles que o bebem querem sempre mais. E nós partimos. Deixando os outros a viver na ilusão, a beber água em vez do nosso sangue. Pelo menos alguém tinha de sobreviver. E sobrevive-se…

No outro sítio, onde estou agora, mas ainda não sei onde é, aí continuo a sonhar. Continua a haver um homem (tem de haver sempre um homem), por quem verteria todo o meu sangue, mas que me faz acreditar que o mundo não tem de ser mau…

O homem que eu amei

Quando acordo, cada manhã, tentando encontrar-me, penso no que sou e no que fiz por te amar. Se um dia foste alguém, não posso afirmar, pois apenas és o passado e o homem que deixei de amar. Para mim é difícil falar dessa paixão; para ti foi bem mais fácil para ti o meu coração.

Não sei porque é que a tua ausência me incomoda se és apenas o homem que deixei de amar…

Se o amor que eu te dediquei não foi bastante para ti… De tudo eu fiz para te satisfazer, mas tu não viste, não quiseste saber nem te importaste. Foste mágico… Mas se um dia eu tiver de cruzar o teu caminho outra vez, tu não vais ver aquilo que fui nem o que me fizeste, pois se um dia eu me dei a ti que só me desprezaste, agora és o passado e o homem que eu deixei de amar.

Pois és apenas o homem que eu deixei de amar…

Pedro Candeias

Ele acabou o curso há dois anos. É técnico em Jornalismo. Percebe de Flash. É um queridinho dos docentes e outros técnicos. Tem cabos de bateria no carro. A última (e única) vez que falei com ele estava constipado. O nome dele é… não importa.

O que importa é que ele tem um gabinete e eu não. Posso estar a ser injusta, mas nunca o vi trabalhar (muito). Os alunos recorrem a ele só mesmo em último caso, quando já experimentaram tudo o que lembravam, quando procuraram outros alunos, quando falaram com os professores e eles disseram que não tinham tempo. Então aí, talvez seja uma opção falar com ele. E ele tem um gabinete e eu não… Vicissitudes da vida.

Vamos lá ser sinceros agora. Ele percebe bastante de Flash. Estive 10 minutos ao seu lado e senti-me ignorante. Ele é atalhos e mais atalhos e nós ficamos a olhar. Seu único (?) problema: parte do princípio que mais ninguém percebe de Flash e trata-nos como se fossemos burros.

Posso dizer que desde essa (fatídica) vez em que fui falar com ele, subiu na minha consideração… Mas não o suficiente para passar a gostar dele. E sim. Têm razão se estiverem a pensar que eu tenho é ciúmes. Admito-o! Tenho ciúmes porque acho que ele não é assim tão bom para todos andarem com ele ao colo…

P.S.: Obrigada por me teres ajudado no Flash.