quinta-feira, março 31, 2005

WrestleMania goes Hollywood (only in Pay-per-View)

No próximo dia 3, o mundo vai parar… pelo menos o mundo do pro-wrestling. O maior evento de todos os patrocinados pelas empresas de wrestling a nível mundial, WrestleMania, terá lugar na terra de encantar que é Hollywood. O palco de todos os sonhos terá como intervenientes o actual campeão de pesos-pesados, Triple H, o vencedor do Royal Rumble de 2005, Batista, JBL, John Cena, entre muitos outros.

WrestleMania

Aconselha-se uma visita ao site da World Wrestling Entertainment para mais pormenores sobre o evento. E, aproveitei que lá estão e deitem os olhos aos vídeos-paródias feitos pelos desportistas. Um espectáculo a não perder…

Um pouco sobre pro-wrestling…

O termo pro-wrestling é o diminutivo de “professional Wrestling”, um género de luta em que se dá mais valor à componente do espectáculo e do entretenimento do que à de competição desportiva. Neste desporto pode encontrar-se personagens, enredos semi-fictícios entre elas e combates com finais pré-determinados.

Esta industria está a aumentar de popularidade a cada dia que passa; junta um número incrível de pessoas num recinto fechado, vende merchandise aos milhões e os seus programas atingem os picos das audiências. Não é de admirar que os desportistas das empresas mais conceituadas sejam heróis internacionais, super-estrelas, e que participem em comerciais, filmes, programas de entretenimento, façam concertos… Os fans, esses cada vez se envolvem mais neste Universo, idolatrando as suas personagens favoritas e repetindo exaustivamente as suas “catch phrases”.

O pro-wrestling tem grande impacto, não só nos Estados Unidos (que deu origem à designação de luta livre americana), mas também em países como México, Alemanha, Inglaterra, Canadá, França, Austrália e Japão. Este último é conhecido pela sua grande tradição em Wrestling feminino e/ou de extrema violência, não sendo de estranhar que a maioria das desportistas acabe a sua carreira ainda na casa dos 20, devido às tácticas de alto risco utilizadas.

Em suma

O mundo do pro-wrestling não é para todos, e mesmo aqueles que atingem a popularidade têm de terminar as suas carreiras mais cedo do que nas restante profissões. Poucos são os profissionais deste ramo que têm lugar nas empresas depois de se afastarem dos combates por isso é que a maioria dos desportistas tem um curso superior, que pode vir a exercer, mais cedo ou mais tarde.

terça-feira, março 29, 2005

I have a dream…

Parti de férias e na mala levei um texto de apoio à cadeira de Semiótica da Comunicação Social, um artigo do Expresso, de 97, escrito por António Eça de Queiroz (este nome não me é estranho… Será o amigo do Joaquim?).

”Será que um automóvel pode ser considerado um objecto sexual?”, lia-se no início. Um automóvel normal, como aquele que os nossos pais têm na garagem ou estacionado no passeio e que está sujeito às condições climatéricas? … Não me parece… Mas e se estivermos a falar de algo muito maior, de um automóvel que povoa o nosso imaginário desde que nos reconhecemos como gente, mas que sabemos que nunca o vamos poder ter? Nesse caso a resposta é bem diferente.

Um Ferrari não é apenas um automóvel. Mesmo que o meu namorado tivesse dinheiro suficiente, nunca compraria um Ferrari porque sabe que se o fizesse era namorada do carro e não dele. A minha teoria é esta: Ninguém escolhe um Ferrari para conduzir; o Ferrari é que escolhe aquele por quem quer ser conduzido.

Ter um Ferrari é o que ter um deus em casa. E porque é que é assim? Será que não serve para o mesmo que todos os outros automóveis? É obvio que não… Em primeiro lugar, um Ferrari não é só um Ferrari, não se resume a um objecto, mas trás uma história consigo. Ninguém (quer goste, quer não goste) fica indiferente à sua imponência. É impossível deixar que um Ferrari passe uma noite ao relento, e se estiver na garagem enche-a por completo, ofusca o que mais se encontrar por lá.

E isto não tem nada a ver com o dinheiro que custa. Poucos são os que compram um Ferrari pelo seu valor económico. Um Ferrari cria uma relação afectiva com o seu dono e torna-se num membro da família. E tudo isto acontece porque não é um automóvel… Mas sim um sonho… Um sonho de quem o compra, de quem o produz, de quem o idealiza, de quem deu toda a sua vida para que existisse (Enzo Ferrari).

Se me quiserem oferecer um Ferrari, por favor, não me ofereçam o Ferrari Enzo. Sou muito nova, não consigo aguentar o peso da história nem do tributo que ele representa. Ofereçam-me antes um F50, que foi, é e sempre será o carro da minha vida, e em que a relação qualidade/preço é bem razoável, principalmente para satisfazer as necessidades de uma estudante de Jornalismo e Ciências da Comunicação. (E já agora, se pudessem incluir bilhetes de avião, só de ida, para um desses países onde a poligamia é legal… assim eu podia aproveitar o meu Ferrari ao máximo…)

Creio que já respondia à pergunta inicial…

quarta-feira, março 02, 2005

I am my own master-peace

Sou apologista dos sentimentos. Para mim, o que faz de alguém bom médico, bom enfermeiro ou bom jornalista não são os conhecimentos que vão adquirindo, mas sim se são ou não Seres Humanos. E o que é isso? Ser-se Ser Humano envolve os sentimentos que somos capazes de experimentar. Ora, nas aulas, ninguém nos diz como nos devemos sentir perante uma pessoa que está eufórica ou num pranto. Isso aprendemos cá fora.

E aprendemos como? Aprendemos nas festas de Faculdade, quando enfrascamos com os amigos, quando fumamos maços e maços de tabaco, quando vamos para a cama com tipos que conhecemos nessa mesma noite, quando fazemos asneiras, nos corredores quando matamos o tempo entre uma aula e outra, porque é nessas alturas que pomos em prática os nossos ideais. E no fundo, todos estes espaços não passam de um laboratório; a vida universitária reduz-se a um tubo de ensaio, onde escolhemos a quantidade de elogios, criticas, lágrimas, sorrisos que queremos usar e vemos os resultados.

Para mim, pagamos as propinas para passarmos 4 anos (ou mais, na pior das hipóteses) a fazer experiências em nós próprios e ninguém nos culpa por isso. Por um lado, vamos treinando para quando sairmos para o mercado de trabalho. Por outro, ninguém nos pode despedir, por mais asneiras que sejam feitas. E então, temos liberdade suficiente para seguir o método tentativa-erro, e este método pode ser utilizado não só a nível psico-social, mas também a nível físico, que nos vai transformando o guarda-roupa.

E todos os sentimentos são bem vindos. Amor! Antes de tudo o resto, vamos experimentar o Amor, vamos amar o nosso curso, os nossos novos amigos, o que fazemos, os alunos mais velhos, os mais novos… Somos capazes de nos apaixonarmos pelo empregado do café onde estudamos para os exames e no dia seguinte pelo tipo que está sempre na biblioteca quando lá vamos. E a parte melhor é que não temos medo nem vergonha de dizer as maiores barbaridades, porque são ditas por amor…

Vaidade! Eu entrei no Ensino Superior! Eu consegui tirar boa nota a Anatomia! Eu fiz um trabalho tão bom a Design que o prof ficou de boca aberta! Todos nós temos orgulho naquilo que fazemos, mesmo que o feito não seja assim tão grande. Nos primeiros dias em que trajei, parecia um pavão, porque, não só estava no Ensino Superior e todos o podiam ver, como também estava apta a transmitir aos recém chegados o que era viver secundum praxis. A vaidade é algo bom porque… nos faz sentir confiantes, grandes, donos do mundo.

Ciúme! O Ciúme e a Inveja costumam andar lado a lado nos corredores das faculdades (já me disseram que eles namoravam, mas eu não sou de me meter na vida dos outros…). Também são bons. Quem nunca sentiu ciúme ou inveja, por um instante que fosse, de alguém? E ainda bem que é assim, porque dá-nos um incentivo a trabalharmos mais e pode estabelecer um objectivo para aqueles que não têm nenhum em especial e não saem do sítio. Já sabem estudantes de Portugal: Invejem o vosso colega do lado, queiram receber os elogios que eles recebem hoje e amanhã estarão um passo à frente!

Ódio! Odeiem. Sejam maus. Não tenham sentimentos por quem não tem sentimentos por vós. Se há alguém na vossa turma que quando entra na sala vos causa uma sensação que não sabem explicar e só vos apetece dar murros em tudo e em todos, então não descansem enquanto não destruírem essa pessoa. Magoem-na se ela vos magoa. Digam aquilo que sabem que ela não quer ouvir, no momento mais oportuno. E assim aprenderam a “controlar” esse turbilhão de sentimentos e quem merece essa fúria, porque nem todos o merecem.

O desafio é este! Aproveitem o tempo em que estão na faculdade para fazer todo o tipo de asneiras: assaltem lojas, roubem carros, consumam drogas, pratiquem sexo desenfreado, insultem os vossos amigos, abram o coração aos inimigos para que este seja esfaqueado, criem problemas com os que vos rodeiam. Mas que, no fim da jornada, quando estiverem a passar na tribuna, com uma cartola e uma bengala, sintam que as bases de um novo ser estão cimentadas, que são a obra-prima e o seu próprio criador… (para o bem e para o mal)

Estas palavras não são para serem levadas a sério pelos professores. Se mesmo assim pensarem em aplicar também esta filosofia, lembrem-se dos pobres alunos que não vivem assim, dos que vivem e são vítimas do sistema e, já agora, que podem ser despedidos…