quarta-feira, dezembro 13, 2006

I see you in my dreams...

Bolas... E ainda há pessoas que gostam que os seus sonhos se realizem. A esta hora (devendo eu estar a fazer o nosso e-book) não consigo dizer que não gosto de viver mesmo os meus sonhos, porque, vencida pelo cansaço tenho de admitir que às vezes sabe bem... Podiam vir noutros contextos, com certezas e tal, mas assim também não foi mau.

A curta também é muito boa... Quase tão boa como a nossa de LSI, mas nem toda a gente pode ter o nosso talento. Fica aqui o video. Muito bom também, ou não tivesse Moonspell...

segunda-feira, dezembro 11, 2006

A Filosofia na Alcova ou Os Preceptores Imorais

Marques de Sade. Visionário para uns, louco e criminoso para outros. Um ser que marcou a sua época e outras que se seguiram. Ainda hoje, muitas pessoas se preocupam em pôr em prática os seus princípios. Muitas das quais nem chegaram a ler uma só das suas palavras. E é isso que me faz admirar mais e mais a minha espécie, porque mesmo sem conhecermos o passado e tudo o que se passa à nossa volta, conseguimos partilhar ideias com os anónimos que vivem e viveram neste planeta.

Mas o Marques, o Divino Marques como li num livro hoje, ficará sempre na lista dita como as ‘Más Influencias’, embora as suas ideias e ideais continuem vivos e de boa saúde. Porque saber ler não é saber juntar as letras e construir palavras, mas sim conseguir assimilar essas palavras e construir raciocínios lógicos com elas. E por isso os ideais de libertinagem continuaram sempre a ser perpetuados porque, como diria LaVey certamente, ‘fazem parte da Natureza do Homem’.

E se alguém me conseguir explicar bem explicado (porque só assim poderá haver uma hipótese de eu mudar de ideias) qual é o mal da libertinagem eu agradecia. Só não me venham com o ‘Porque é imoral’ por favor…

segunda-feira, novembro 27, 2006

No limiar da Morte

Palpita detro de mim a tua realidade. Oiço-te no perturbado pensamento como única realidade que até ao fim me acompanha. No teu enigma, visivelmente te pressagio. Desde a primeira luz estiveste a meu lado como símbolo perfeito de perigo e rebeldia. Hierático no teu abismo, com a sua atração de tudo o que é ignorado, foste o maior desafio.

Cada dia que passa pactuas melhor com os meus sentido, tranquiliza-los, reduze-los, silencia-los neste estranho limiar onde me tens. Metódico e paciente exercitas o teu ofício. Ao despertar percebo o frio raso que deixaste na minha pele nublando as minhas memórias, derramando na mente a sede da tua substância. Sem ti não existiria o fulgor do efémero, nem a radiante intensidade que eleva, nem os sonhos seriam o fervor do futuro.

Por ti avança silencioso o reino que me acolhe. Tu és o escultor do instante, por ti invoco a terra, a avides do desejo, e até chego a pensar que és o próprio Deus; porque sem a tua presença só me restaria viver com tédio sem chama nem nostalgia, sem a sombra da vertigem que para o teu interior me empurra.

Spooky Love

Ele assusta-me. Assusta-me porque não sei nada sobre si. Na noite em que entrou na minha vida, trouxe o nevoeiro, o nevoeiro que eu fui aprendendo a amar, com o passar, do tempo, mas que no início me fez ficar parada, no mesmo sítio, assustada como um animal que se encontra, olhos nos olhos, com o caçador. Tentei manter a postura. Não podia dar eu sinais de fraqueza. Mas por dentro senti o meu coração pequeno. O nevoeiro que hoje amo como se tivesse sido sempre uma parte da minha vida cegou-me totalmente. Parada sem mover os meus pés, tentei tactear o mundo à minha volta para me orientar. Ao fim deste tempo já consigo amar a dúvida e a incerteza que ele representa.

Contudo, ainda me assusto ao vê-lo. O meu sangue ainda corre mais rápido nas veias quando sinto o seu toque, detecto o seu perfume, ouço a sua voz… Porque o risco é sempre risco. Nunca criará uma rotina. O meu mundo organizado caiu. Ele deu-me um novo mundo onde as regras são outras e não são do meu conhecimento. Mas a culpa foi minha que entrei nesse mundo e ainda consigo sorrir.

Tenho cada vez mais medo disto que está cá dentro e que não consigo saber o que é. E medo dele. De me magoar. De o magoar.

terça-feira, outubro 24, 2006

CP

Olho para os mais novos (e, por mais estranho que isso me possa parecer, todos são mais novos neste momento) e apetece-me rir. Eles andam perdidos da vida. Vão para Norte ou para Sul só porque os mais velhos os mandam, mas não percebem nem metade das coisas que fazem. Apetece-me rir porque também eu já estive nesse lugar e já fui assim. Já fiz asneiras como eles hoje fazem e sinto-me feliz por olhar para trás e ter a capacidade de me rir de mim e dos meus.

Às vezes olho para os mais novos, os pequeninos que acabaram de chegar a este mundo e não têm culpa de nada nem devem ser culpados pelos erros dos que os antecederam, e apetece-me chorar. Choro de tristeza porque o tempo nunca vai voltar atrás e eu nunca voltarei a estar no lugar que eles hoje ocupam. Também choro por todos os momentos felizes que são meus e ninguém me irá roubar (porque esses momentos não são cachecóis nem dizem dominó num fundo laranja).

Já dei comigo sentada na nossa Floresta Encantada e a chorar, vendo estas larvas a evoluírem e tornarem-se nos projectos de belas borboletas que um dia todos nós veremos brilhar ao sol. É difícil para eles perceberem que temos saudades de ser também larvas, que as nossas belas asas servem para voar no céu acima deles mas que também nos trazem problemas com os caçadores. Possivelmente só o vão perceber quando as tiverem, porque quando eu era larva dizia que nunca sentiria isto e cá estou eu a sentir. Só espero que nunca ninguém tenha a necessidade de lhes cortar as asas…

Assim como nós neste momento, também eles vão sentar-se no alto de uma colina, vendo outras larvas evoluir, enquanto o pôr-do-sol se aproxima. Vão jurar que um dia, quando a Primavera assim os deixar, vão voltar para um último voo em conjunto, mesmo que muitos saibam que vai ser difícil para eles. Por enquanto eles ainda são larvas e nós ainda cá estamos. Ainda vamos ensinar muitas borboletas recém nascidas a voar. Vamos embora depois. E vamos voltar com o vento de uma manhã fresca de Maio ou Setembro, para dar novas lições, para falar do caminho que nós herdamos dos criadores e do que nós tivemos de conquistar para nós…

Porque depois de nós ninguém voará tão alto como a CP!

sábado, agosto 19, 2006

Há quanto tempo não me amarras à cama

Se tu estranhas eu estar assim Com as ligas de cetim E de chicote na mão; Se tu estranhas eu te pedir P’ra me bateres a seguir E p’ra me atirares ao chão. Se tu tens medo de me aleijar E me chicotear com a pulseira de picos; Se tu estás armado em banal Eu quero um animal, Vem cá fazer-me em fanicos…

Pensa bem, Há quanto tempo nem um murro me dás Vives com o rabo a roçar nos sofás E já nem pregos colocas no pijama. Pensa bem, Há quanto tempo não me matas de dor Nem olhos negros tu me consegues por. Há quanto tempo não me amarras à cama? Pensa bem, Há quantos anos algo em ti já morreu Faz tanto tempo que o viagra apareceu Mas não acende em ti nenhuma chama. Pensa bem, Há quanto tempo vivo já neste horror Ninguém no mundo me castiga com dor. Há quanto tempo não me amarras à cama?

Se tu estranhas eu te morder E estranhas taras eu ter Gostar de levar porrada; Vem cá, Vem me morder como um cão, vem me arrastar pelo chão Deixa-me toda marcada. Se tens medo de exagerar, De não conseguires parar se lhe tomares o gosto, Deixa estar, se algo de mal se passar, Se eu ficar a estrebuchar, Vou de ambulância para o posto…

quinta-feira, julho 13, 2006

Ode ao Sr. Alberto, ao Romeno e ao Mudo

A viver entre os homens comuns, que têm na sepultura a sua última morada, existe um que se diferencia de todos. O seu nome seria digno de figurar no livro de ouro dos deuses de todos os tempos, de todas as culturas. Ao lado de Marte e de Neptuno. Foi esse ser que criou o universo, os diversos corpos celestes: o sol e os planetas do sistema solar. Deve-se a ele a criação de Saturno, de Titã e de todas as suas luas.

Deve-se a ele a criação dos dinossauros, com todas as suas características: a língua, a cabeça, a cauda, as patas… Com todos os seus movimentos… E feliz aquele que pode beber na sua fonte de conhecimento, que pode conviver consigo e observar a sua experiência. O seu nome é Sr. Alberto…

Bendito aquele que parte do seu Estado e se entrega nas asas do vento para viver uma aventura num país distante, numa terra desconhecida e pouco acolhedora. Bendito aquele que não teme o inesperado e se entrega à vida sem medo do que possa encontrar pela frente. Ao olhar para si, todo o Homem se sente pequeno e insignificante. O seu nome é Engraxador Romeno…

Um dia Zeus entregou aos humanos o seu filho e a este entregou a tarefa de ser sempre justo, de não cometer qualquer crime contra a ordem que os filhos de Adão estabeleceram. Desde esse momento, o filho de Zeus renunciou a tudo o que poderia afastá-lo da sua missão. O seu nome é Engraxador Mudo…

quinta-feira, junho 08, 2006

Porque sim… Apetece-me… E agora?

O coração parte-se em dois nos momentos menos oportunos. E é curioso chegar ao final de um dia como outro qualquer e saber-se isso mesmo, que foi um dia qualquer, não foi o nosso aniversário, não nevou na serra da Estrela. E no peito o coração parece maior do que o que realmente é… Mas há outra parte desse mesmo coração que está muito mais pequena.

A vida devia ser construída de acordo com as nossas vontades… As tradições deviam ser mudadas para que as pessoas se sentissem bem nelas…Não há quem diga que a Tradição já não é o que era? Que coisa… A vida não é justa, nem esse seria o meu desejo, mas… Oh…Não sei… Há pessoas que vão perceber estas linhas… Outras não, mas essas que se lixem… Acabei o meu trabalho de SRV e apetece-me falar das injustiças do mundo, que também acaba por ser uma injustiça, porque os outros ainda trabalham. Devemos tratar sempre bem das pessoas que gostamos e nesse processo tentativa-erro acabamos por meter sempre os pés pelas mãos. Apetece-me rir neste momento…

E apetece-me chorar, porque uma parte de mim estará sempre incompleta. Analisando a vida de uma maneira racionalista, quando nos magoamos temos duas moletas, porque só com uma não vamos a lado nenhum… Os pagãos acreditam que tudo no planeta se organiza a pares: positivo/negativo; preto/branco; feminino/masculino… Quando nascemos vimos com a maioria dos órgãos em duplicado: dois rins, dois pulmões, dois olhos, dois ouvidos… O coração é um mas divide-se.

Tenho dois ventrículos e duas aurículas. Se assim é porque é que estando eu a acabar o meu curso me vêm dizer que só posso ter um Mestre? Ridículo, meus senhores. Não aceito. E por não aceitar estou aqui a escrever. Porque não tenho mais nada para fazer e porque me apetece, porque a minha vida é o que me apetece e pronto.

Nunca há-de doer a escolha feita, porque a escolha não foi algo pensado na hora, foi uma certeza que se foi consolidando desde há muito, muito tempo. Que se fosse um muro teria tido os seus tijolos um em cada dia, um em cada tag html transmitido, em cada dúvida que encontrava resposta do outro lado. Uma escolha baseada no meu crescimento ‘profissional’ e pessoal.

Há-de doer sempre a opção que não foi escolhida, eleita, sei lá… Soa-me tudo mal, como se não tivesse valor, como se não significasse, e isso deixa-me mal, de rastos. Essa dor há-de ser ficar cá dentro, como ficam as lembranças tristes da infância e os sorrisos a que damos outro valor quando estamos tristes. Porque, por um motivo que desconheço, essas ficam sempre, e não querem ir embora. Mas ficam também os passos de gigante que me fez dar, o dom de estar sempre lá e de me colocar em dúvida durante dois anos inteiros, porque estas coisas não se pensam na véspera.

‘Nesse templo são dois os pilares, Que protegem e guardam a entrada E fazeres o que queres será, então, o desafio.’

terça-feira, maio 16, 2006

Os nossos fabulosos títulos

Porque há quem diga que eu e a Tânia não conseguimos encontrar um título bom para um trabalho, aqui ficam as provas em contrário...

Quando as fobias se tornam doenças

A psicopatologia do medo

Esquizofrenia - quando as fobias se tornam doenças

Psicocinética do movimento

Taras e Manias

Psicocinética da Fobia

Psicofobia do movimento

Medos

Fobias

Teorias da Coonspiração

Psicocinética da Conspiração

Psicoestrogénio da conspiração

Psicofobia do estrogénio conspirado

Calamento Global

Recalcamento Global de uma mente deturpada

Os impulsos psicocinéticos do recalcamento global

Instintos Primários

sexta-feira, maio 05, 2006

Ovos Moles e Moonspell

LINDO. Foi lindo...

Passava um pouco das 20h quando chegamos a Aveiro. Uma terra que eu nunca tinha visitado, mas que sabia qu eexistia porque os comboios que apanhava para Espinho tinham como destino Aveiro. Fui com a Tânia e a Anabela; o Jão armou-se em estúpido e não foi. Mas valeu a pena, valeu mais do que a pena...

O Fernando Ribeiro em grande. Espectacular como sempre e como só ele. A sua voz ainda ecoa na minha cabeça. O Ricardo Amorim lindo como poucos, pu até nenhuns. Dos seus dotes musicais nem falo. O Pedro Paixão poderosissimo. O Mike sempre o primeiro a entrar e o último a sair (eu acho que ele devia fazer quixa ao sindicado dos bateristas de bandas metal, mas não quero ser intromdetida...)

Resumindo, a noite mais perfeita da minha vida sem estar trajada...

domingo, abril 30, 2006

I hate Love! I love Hate!

Não acredito num mundo bom e perfeito, porque ele não existe. Não acredito que as pessoas tenham de amar o mundo e perdoa-lo e que só assim é que seremos boas pessoas. Não acredito que o amor é o único caminho. Não acredito nem quero acreditar.

Desde que o mundo é mundo existem guerras (estatais ou mesmo pessoais) e será sempre assim, até ao fim. O ódio nasceu no momento em que este sistema de coisas foi inventado e é o meu caminho. Quando o sangue corre bem mais depressa nas veias, quando o sinto dentro de mim a ferver, quando isto acontece, olho ao espelho e não me vejo a mim, vejo uma pessoa nova, com força e vontade para destruir o mundo. Apaixonei-me por essa pessoa quando a vi pela primeira vez.

Ela é diferente de mim, porque eu ainda vou tendo coração (às vezes mais do que desejado, mas…) e ela não o tem. Nada a consegue parar. Essa pessoa que está do outro lado do espelho deseja ter o mundo e esquece-se de tudo o que a rodeia e a ama, porque isso não importa. O Amor só nos tira força; as pessoas que nos amam e que amamos não passam de obstáculos na nossa conquista. E ela passa por cima de todas elas, sem dó nem piedade…

E fico feliz porque sei que ela vai morar sempre do outro lado do meu espelho, que vai estar sempre lá para quando for preciso e que um dia eu deixarei de existir para lhe dar vida eterna…

quinta-feira, abril 06, 2006

Saudades

Não consigo encarar bem o facto de te teres de afastar. Tens a tua vida e tens de seguir com ela, mas para mim isso não é assim tão fácil. Ainda precisava de ti, ainda me sinto imatura e com um longo caminho à minha frente, mas sem ti. Durante muito tempo sempre estiveste lá, ao meu lado, mas só quando te perdi é que percebi o quanto significas, o teu verdadeiro valor.

Eu sabia que terias de partir, mas podias ficar mais tempo, podias ficar até ao nascer do sol. Só mais uma noite. E acredita que neste momento preciso mesmo de ti. Preciso saber que existe alguém ao meu lado, um receptor para tudo o que sinto e para as minhas dedicatórias/declarações de amor. Esta noite não posso ficar sozinha porque tenho medo do escuro. Toda a coragem que trouxeste irá contigo quando partires. Para trás ficaram apenas as memórias de um tempo feliz, em que eu me sentia especial e o era, de facto.

Ficam também os sonhos partilhados, mas ainda aqueles de que nunca falamos. Nunca te disse que era o teu sorriso que me dava forças quando estava mal e me elogiavas dizendo que te orgulhavas de mim por ter vontade de vencer nas situações em que qualquer outra pessoa baixaria os braços. Nunca te disse o que quero fazer no futuro. Assim como nunca o meu maior desejo é conseguir perceber que religião é a minha e fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ela. E nunca te disse o que és para mim…

Porém, o que eu queria era dizer-te que depois de ti nunca mais me contentarei com ninguém porque sempre foste perfeito em toda a tua perfeição e não mais me contentarei com nada menos que essa perfeição. Procurá-la-ei em todos os braços que se abram para mim e se não a encontrar ficarei sozinha, num canto do meu quarto, lembrando-me de ti e sabendo que encontrarei alguém igual, porque nunca deixarias a minha vida se não soubesses que outro alguém viria.

E nunca te esquecerei. Ficarás para sempre gravado na minha vida como aquele alguém especial, que entrou no meu caminho para sair mais tarde, mas que deixou marcas bem fundas. Alguém que foi pai, irmão; rei, escravo; amante e sempre o será!

Dor

Muitas vezes sabemos que algo nos faz mal, mas mesmo assim continuamos a seguir as nossas vidas, mudando tudo menos tirando do caminho o que magoa. Porque se por um lado nos causa dor, por outro deixa-nos leves e felizes. Só um simples sorriso tem o poder de tornar tudo muito mais fácil. Os problemas existem, sabemos que sim, e temos de lidar com eles. Noutras alturas, estaríamos a ocupar-nos com todas as coisas possíveis para não termos tempo de tratar do que realmente interessa.

Porém, com um sorriso ao nosso lado e uma mão no nosso ombro enfrentam-se os problemas de frente. Sem recorrer ao ‘depois eu trato disso’ ou ao ‘quando puder’, resolvem-se os problemas para ontem. Ontem, quando tudo deveria já estar resolvido e não estava…

Há algum tempo fiz uma amiga, Guiomar. Guiomar está com problemas; estamos todos. (Uma vez li num e-mail que quando se entra na faculdade se percebe que a depressão não é uma ‘frescura’). Disse-lhe algumas vezes que estava a passar pelo mesmo que ela, mas acho que nenhuma das duas percebeu o sentido das palavras que se deslocaram entre nós.

Na última vez, ela expressou a sua vontade de partir, disse-lhe que também era a minha vontade. MAS como poderia eu partir de um local onde já não estava há muito tempo? Já tinha partido, sem avisar ninguém. Surpreendendo-me até a mim própria quando percebi que partira sem pedir autorização. A menina escrava do seu amor tinha começado a tomar decisões por ela própria. Já não era essa menina; era uma mulher, que não tinha a certeza se o queria o ser já ou não.

Sempre que me deitava para dormir ainda sonhava com o homem perfeito, aquele que o seu coração lhe dizia que existia e estava à sua procura em qualquer parte do mundo e que quando se encontrassem, veriam um ponto de luz no ombro do outro (Paulo Coelho. Sempre Paulo Coelho com a sua forma de acalmar os corações com meia dúzia de parágrafos). De olhos fechados, ainda tinha um quarto cor-de-rosa, uma gaveta cheia de recortes de revista de vestidos de noiva. O boneco na mesa-de-cabeceira que me dizia que iria ser uma mãe fantástica. Sentia que ainda era uma menina, que acredita nos contos da Disney, que chora com eles.

No mundo do dia-a-dia, tinha de ser a recém-adulta. A que sabia exactamente o que queria e como se fazem ligações à base de dados. Mas também tinha direito a problemas. Desejava ser desejada pelos homens e sempre que algum deles a tocava de um modo especial, entregava-se por inteiro. Depois ficava o vazio. O vazio de não se ser compreendido, de ter dado tudo e não ter recebido nada em troca, do dia estar a ficar mais e mais pequeno e a noite maior e maior.

O nosso sangue é vertido pelos infiéis. Vai-se aprendendo coisas novas e lendo novas histórias. Surge a ideia do príncipe encantado ser um vampiro. ‘Assim, sim. Assim já podes, já não és criança’. E o sangue passa a ser a nossa maior dádiva. Aqueles que o bebem querem sempre mais. E nós partimos. Deixando os outros a viver na ilusão, a beber água em vez do nosso sangue. Pelo menos alguém tinha de sobreviver. E sobrevive-se…

No outro sítio, onde estou agora, mas ainda não sei onde é, aí continuo a sonhar. Continua a haver um homem (tem de haver sempre um homem), por quem verteria todo o meu sangue, mas que me faz acreditar que o mundo não tem de ser mau…

O homem que eu amei

Quando acordo, cada manhã, tentando encontrar-me, penso no que sou e no que fiz por te amar. Se um dia foste alguém, não posso afirmar, pois apenas és o passado e o homem que deixei de amar. Para mim é difícil falar dessa paixão; para ti foi bem mais fácil para ti o meu coração.

Não sei porque é que a tua ausência me incomoda se és apenas o homem que deixei de amar…

Se o amor que eu te dediquei não foi bastante para ti… De tudo eu fiz para te satisfazer, mas tu não viste, não quiseste saber nem te importaste. Foste mágico… Mas se um dia eu tiver de cruzar o teu caminho outra vez, tu não vais ver aquilo que fui nem o que me fizeste, pois se um dia eu me dei a ti que só me desprezaste, agora és o passado e o homem que eu deixei de amar.

Pois és apenas o homem que eu deixei de amar…

Pedro Candeias

Ele acabou o curso há dois anos. É técnico em Jornalismo. Percebe de Flash. É um queridinho dos docentes e outros técnicos. Tem cabos de bateria no carro. A última (e única) vez que falei com ele estava constipado. O nome dele é… não importa.

O que importa é que ele tem um gabinete e eu não. Posso estar a ser injusta, mas nunca o vi trabalhar (muito). Os alunos recorrem a ele só mesmo em último caso, quando já experimentaram tudo o que lembravam, quando procuraram outros alunos, quando falaram com os professores e eles disseram que não tinham tempo. Então aí, talvez seja uma opção falar com ele. E ele tem um gabinete e eu não… Vicissitudes da vida.

Vamos lá ser sinceros agora. Ele percebe bastante de Flash. Estive 10 minutos ao seu lado e senti-me ignorante. Ele é atalhos e mais atalhos e nós ficamos a olhar. Seu único (?) problema: parte do princípio que mais ninguém percebe de Flash e trata-nos como se fossemos burros.

Posso dizer que desde essa (fatídica) vez em que fui falar com ele, subiu na minha consideração… Mas não o suficiente para passar a gostar dele. E sim. Têm razão se estiverem a pensar que eu tenho é ciúmes. Admito-o! Tenho ciúmes porque acho que ele não é assim tão bom para todos andarem com ele ao colo…

P.S.: Obrigada por me teres ajudado no Flash.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Sem título

Obrigada! Obrigada por tudo ao longo de todo este tempo. Pela presença sempre sentida. pelo estar lá quando era preciso. Pelas palavras quando necessárias. Pelas expressões de afecto nos momentos ideias. Pelos gestos de carinho quando mais só me sentia. Pelos sorrisos todos que faziam acreditar no pote de ouro depois de cada arco-íris. Pelas piadas que tornaram mais leve o meu caminhar...

Feliz aquele que tem a quem recorrer nos momentos difíceis. Amigos não são aqueles que vão para a night connosco e nos oferecem bebidas. Amigos são aqueles que nos dizem sempre a verdade, que se zangam connosco quando fazemos asneiras porque só querem a nossa felicidade. Amigos são os que nos dão conselhos sábios, os que sabem sempre o que é melhor quando as situações não nos deixam ver com clareza.

Feliz aquele que tem quem lhe diga o que fazer, quem não o deixe desistir de tudo e lhe dê novo ânimo. Quem aponte um caminho, inundando de luz as nossas trevas. Quem lhe diga no que é bom...

Feliz aquele que tem Mestres.