quarta-feira, novembro 26, 2008

Porque é que o tempo passa mas há coisas que nunca mudam?

Às vezes irrita-me. Estas coisas dão comigo em doida... Porquê? Porque é que a nossa vida evolui num sentido e, de repente, dámos connosco a pensar em coisas que pensavamos há uns anos, a sonhar os mesmos sonhos, a dizer as mesmas barbaridades? Até parece que nunca saimos do mesmo lugar. Será tal possível?

Tenho andado ocupada, por estas semanas, com o próximo número da Infernus. O XI. Que virá depois do X e antes do XII. O meu artigo ainda me deu muito o que pensar (e escrever), muito o que reclamar, mas acima de tudo muito o que recordar. Recordar um tempo em que nem sonhava com o que sonho agora, mas em que gostava de mais coisas. E com o tempo fui-me esquecendo desses amores, um por um...

Rever os outros textos também me fez lembrar. Lembrar o mesmo tempo. E deu-me a certeza que sentia saudades. Saudades das Teorias de Origem da vida na Terra, que me faziam sentir bem por saber algo de tão essencial. Saudades dos ratinhos que nasciam de uma camisa suja e de grãos de milho. Dos ingéuos e teimosos cientistas da altura. Mas também saudades de ouvir falar dos jornais históricos do mundo, que nos deram o jornalismo que temos hoje, seja ele bom ou mau, porque não é disso que quero hoje falar.

E eu? Eu sonho com o que sonhava quando era semi-puto. Sinto ainda a angustia que senti quando, no final desse ano, percebi que havia algo que não me iria acompanhar daí para a frente. Sinto falta da presença divina que me acompanhou e esteve sempre lá. E sinto a vergonha (que gosto de sentir, por mais estupido que isso pareça) que sentia, e fico com o sorriso nos lábios que ficava em dias de Inverso em que o Sol brilhava.

Não foi esta a vida que eu sempre quis para mim, mas acho que a vida me compensou pelas coisas que eu queria e não tive com outras coisas maravilhosas, que me fazem feliz e dão sentido à minha vida...