segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Please, Don’t try this at home

“Ossos partidos. Ombros deslocados. Carreiras terminadas num instante. Sim, isto é entretenimento, mas os perigos são reais”

(e agora os mais cultos pensam “Aí vem mais uma dose de wrestling!” Lamento…)

Ontem, quando sai da prisão domiciliária (e, ao mesmo tempo, refugio desejado,) que é o meu quarto, ia na direcção da cozinha e olhei para cima da mesa (da sala). Noticias Magazine nº 666, dedicada ao diabo, com um pentagrama satânico na capa.

1º Pensamento: “Estes jornalistas profissionais estão a perder criatividade e tornam-se previsíveis.”

2º Pensamento: “Será que, desta vez, foram falar com as pessoas certas?”

3º Pensamento: “O coelho e as batatas estão frios. Devia ter vindo almoçar mal a minha mãe me chamou…”

Na parte da tarde, mais uma vez trancada no quarto, com as persianas fechadas e sob a luz do monitor, comecei a ler a revista. Passei-me! Como era possível que alguém que conhecia a filosofia de LaVey podia matar animais em rituais? (Aconselho todos a ler a dita revista, caso contrário não me percebem)

Para mim está completamente fora de questão tirar a vida a um animal (e acreditem que conheço pelo menos um em JCC que bem o merecia). Acusem-me de tudo o que quiserem, mas não me entra na cabeça matar um inocente, muito menos para oferecer a sua energia a um ser que nem se sabe se existe (deus ou diabo).

Tenham lá paciência, mas não me consigo convencer do contrário!

(Maldito hábito de começar com um tema e acabar com outro! Tenho de cortar com os Simpsons…)

sábado, fevereiro 26, 2005

TJ

Teoria de Jornalismo? Bem podia. Falar da helena Lima e das teorias que "aprendi" no primeiro semestre. Na confusão que foi assimilar tudo o que estava a experimentar e que era tão novo e que, de repente, sem me aperceber, me tornou numa pessoa diferente.

Falo do Ensino Superior e em tudo o que ele abranje: faltar às aulas, estudar na véspera do exame, ir a poucas festas mas beber como se não houvesse amanhã, andar em Praxe e acreditar que é por causa dela que não se desiste de um curso aborrecido e só nos lembrarmos que o Ensino Superior existe para tirarmos um curso quando nos perguntam "Tás a tirar o quê?"

Mas TJ também pode ser Testemunhas de Jeová. Que também me deixam confusa, porque acreditam e defendem aquilo em que acreditam. Que me deixam confusa porque acreditam em coisas que para mim têm um significado diferente.

Já acreditei que Satanás era mau e não gostava dele. Já acreditei que Satanás era mau e venerava-o. Já acreditei que Satanás não existia. E agora? Agora não sei, estou confusa.

Conheço pessoas que me dizem coisas em que acreditam (porque “está escrito”) mas que tenho dificuldade em ver do mesmo modo.

Sim, Ana, votei e continuo a pensar que importante a vida política. Sim, continuo a acreditar na teoria neo-darwinista e que o meu antepassado era parecido com um macaco. (Sinceridade acima de tudo… e acima de todos, para contigo)

Contudo, há outras coisas em que já não estou tão certa. E isso é bom… É da dúvida e da confusão que surgem os diferentes caminhos que podem ser seguidos… (e ainda me faltam muitos capítulos)

domingo, fevereiro 20, 2005

Can I come on in, my sweet baby, can I move on in

You got yourself some action
Said you got your sexy Java
You got your speed connection
Free chat, fuck that, get a little harder

You got yourself a big bed
You shoot off, but take your time
In the house with a bitch and a mouse
And your daddy’s plastic, how fantastic yeah

I’ll be your sexual freak, of the week
I’ll be your inspirational brother, yo momma can’t you see
I’ll be your sexual freak of the week
I’ll be your educational lover, your one fuck fantasy

Eis um homem que nem me aquece, nem me arrefece. (É verdade que existem, por esse mundo fora, muitos homens que não me aquecem, nem me arrefecem e que eu até nem me importava nada que me aquecessem, mas não é o caso…)

Eis uma música que não me tornou numa pessoa pior, mas também não me tornou numa pessoa melhor.

Eis um post que poderia ser muito mais rico em termos culturais e não o é. Mas não o é por opção, não por distracção. Os mais distraídos perguntaram se existe alguma diferença. Claro que existe. Por exemplo, eu entrei em Jornalismo por opção, e não me voltei a candidatar a medicina por distracção…

The end

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

"Aí, tenho que vocês foram mal habituados..."

Pedro Costa. Nacionalidade portuguesa, (se tal é possível a um engenheiro). Professor de Informática. (ex-) Dirigente do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação. Responsável por muitos alunos começarem a gostar do curso. Procurado pelas altas entidades. Quem conhecer este indivíduo deve proceder do seguinte modo:

1) Não entrar em pânico.

2) Afastar-se. (O indivíduo em causa é portador de uma simpatia contagiante).

Se possui os seguinte sintomas, (ou já possuiu desde que entrou no ensino superior):

a) Boa disposição nas aulas de TM;

b) Um gosto por computadores, mesmo que nem saiba o que é um bit;

c) Sentir-se bem na companhia de um professor;

É provável que seja tarde de mais para si. Nestes casos, o melhor a fazer é:

1) Manter a calma.

2) Tentar, a todo o custo, manter a amizade que criou com ser tão invulgar, e ao mesmo tempo, tão especial.

Dica: continuar inscrito no primeiro ano até os filhos do Duque de Bragança serem avós, (para muitos não será assim tão complicado, e vejam as coisas pelo lado bom, podem vir a ser veteranos ou, quem sabe, DUX FACULTIS)

Pedro Costa, um homem que sabe o lugar que tem na sociedade. Um professor que sabe cativar os alunos, que eu nunca vi zangado, (que não sei bem o que faz durante todo o segundo semestre). Esta era a parte em que eu dizia “E, para terminar, devo confessar que nunca faltei a uma aula teórica de Informática, mas que não ia por gostar muito da matéria (que nem sequer percebia), mas para ver o professor a rir-se”.

Depois de muito pensar, achei que não devia dizer uma coisa dessas num Blog que pode ser visto por todos. Assim, optei por terminar deste modo:

SALVE VETERANORUM, LITERAE PRAXIS LAUDAT!

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

“Aqui encontramos o Sossego…”

A figura que hoje vou comentar dá pelo nome de Hélder Bastos (sim, aquele que até já escreveu um livro sobre comunicação na Internet, acho eu, quer dizer pelo menos pelo titulo parece, não que eu me esteja a lembrar exactamente do titulo, não li o livro, mas…)

Nem sei por onde começar… Quando saíram os horários, fiquei um pouco chateada por ver que a cadeira de On-line não me seria leccionada pelo professor Fernando. Mas com o tempo acabei por me habituar à ideia, que não era má de todo, até que cheguei a uma altura em que já não seria capaz de escolher um dos dois.

Se não fosse o professor Hélder, possivelmente este Blog não teria nascido. Ou talvez tivesse, mas nunca seria o que é hoje. Se não fosse o professor Hélder nunca me teria importado em fazer uma pesquisa sobre as semelhanças (ou diferenças) entre um Blog e a prática jornalística.

Por tudo isto, se algum dia eu decidisse que o meu Blog necessitava de um padrinho (estou a tentar implementar a ideia de que quando um Blog nasce deve ser apadrinhado, ou amadrinhado, e até já tenho um Blog afilhado…) esse padrinho seria o professor Hélder Bastos, que no fundo acaba por ser um semi-padrinho, já que esteve na sua génesis Não por me dizer que a minha reportagem está assim, assim, que deveria ter mencionado os nomes das pessoas que citei no trabalho sobre Jornalismo e Blogs ou que estava reprovada se desse mais algum erro, mas por ter dito tudo isto de uma maneira que me fez rir e ter vontade de continuar na blogosfera.

O professor Hélder Bastos será sempre lembrado como o professor que numa aula me perguntou porque é que eu estava vestida à Batman, e que quando lhe falei em Praxe nocturna ele pensou que de copos se tratasse. Mas também será sempre o professor que me ofereceu porrada numa aula, supostamente off-line, só por eu estar a mexer nos botões do monitor (e a prejudicar a comunicação na sala, mas isso…).

E com este tempo de convivência, dou razão a uma pessoa que uma vez me disse que este professor tinha “pinta”. É um facto. Ainda não percebi a que pinta conhecida se assemelha, mas está muito vincada a um grande sentir de humor e boa disposição. Mas esta é a minha opinião, claro, e como diria o Buraco “opinions are like ass holes, everyone has one”.

Gostava de ter tido mais aulas de On-line porque, se por um lado, não temos tempo suficiente para aprendermos o que seria bom, por outro, duas horas por semana não dão para os alunos conhecerem muito bem os professores, o que eu acho ser muito importante para a nossa formação, principalmente docentes formados em Jornalismo como é o caso da pessoa em questão.

E, antes de terminar, queria tecer umas últimas linhas numa espécie de comunicação interpessoal (que não o chega a ser em concreto) dirigida a este SENHOR do Jornalismo, que se seguiu o meu concelho/pedido está a ler, já leu, ou vai ler, estes poucos caracteres (menos de 5000 porque não se trata de um trabalho “encomendado” por ele).

Caro professor Hélder Bastos,

Venho por este meio pedir-lhe que continue a dar as aulas da maneira como deu à turma 2 do actual 2º Ano, porque eu ainda não tenho a certeza se passo ou não e temos de pensar sempre no pior. Já dizia a minha avó que mais vale prevenir do que remediar. E queria ainda propor-lhe um negócio.

Com esta minha ideia (genial, diga-se de passagem) de apresentar ao mundo os professores do nosso curso, eles vão ser conhecidos por todos os que me seguem e como tal vão acabar por ficar famosos. A minha ideia era lançar, depois, lá para o segundo semestre, uma caderneta de cromos de JCC (“cromos” no bom sentido, sempre), cromos esses vendidos em saquetas, quatro unidades em cada uma para o produto das vendas ser aceitável (e nunca disponibilizamos ao público um, para que este continue a comprar os nossos cromos ad eternum). Mas não tenho como conseguir fotografias e dados pessoais dos professores, e é nessa parte que o professor entra.

Como estou numa maré de generosidade, disponho-me a dar-lhe até 20% dos lucros. Pense nisso e depois diga-me alguma coisa…

E para terminar, que se está a acabar o tempo de antena, o Espelho agradece ao seu semi-padrinho as palavras de apoio e incentivo, sem as quais se teria ficado por uns míseros três post’s, como a maioria.

Próximo Episódio: Pedro Costa

(se não me proibirem de continuar a publicar sobre este tema)

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Psicossociologia da Comunicação

O objecto da Psicossociologia da Comunicação é, acima de tudo, o ser humano… Podia ficar aqui algum tempo a tecer comentários e a expor a matéria da cadeira de Psicossociologia da Comunicação, do Curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação da Universidade do Porto. Não o vou fazer! (Posso é depois deixar um ficheiro em formato digital, em anexo, com os apontamentos para quem estiver interessado…)

O que vou falar em relação a este tema é da pessoa que durante um semestre nos tentou transmitir, o melhor que sabia, os seus conhecimentos, e verdade seja dita, soube desempenhar a sua função de uma forma exemplar. Falo do professor universitário Jorge Marinho, licenciado em Jornalismo como nós ansiamos um dia vir a ser.

(Vou hoje começar uma série de artigos de opinião tendo como tema os professores do curso de Jornalismo e Ciências da Comunicação, da Faculdade de Letras, da Universidade do Porto. E por falar em ‘da Faculdade de Letras’, afinal JCC é Letras ou não? Quando decidirem alguma coisa gostava de saber…)

É um dado adquirido que o professor Jorge Marinho não é como os outros professores. Para mim isso não é mau, muito pelo contrário. De todos os professores que por mim passaram, ele é o mais justo e o mais verdadeiro. Não quero dizer que os outros não o sejam, mas o professor Marinho sabe sê-lo de uma forma diferente.

Claro que a imagem de marca deste profissional é o tom coloquial com que dá as aulas, mas isso não nos faz sentir desconfortáveis, a mim não. Lembro-me como se fosse hoje da aula em que ele me pediu para me levantar e de seguida me pediu para sentar, só para explicar como os estudos de Pavlov se aplicavam à Comunicação, e da aula em que ele pediu a uma rapariga para sair da sala e voltar a entrar. Não é que estes momentos sejam de grande importância para o nosso estudo, mas graças a isto ainda sei que numa entrevista as perguntas funcionam como estímulos e que quando vemos uma pessoa pela primeira vez primeiro reparamos na aparência geral.

No início do ano comecei por pensar que o modo como o professor Marinho leccionar a matéria o tornava quase numa máquina, em algo que tinha como única função mandar cá para fora os seus conhecimentos. Com o passar do tempo percebi que possivelmente tinha conhecido a pessoa mais humana que algum dia poderei conhecer e o profissional que melhor sabe realizar as suas tarefas.

Dei comigo a pensar muitas vezes que se o professor Marinho fosse o responsável pelos meios de comunicação social não viveríamos numa Sociedade Frankenstein, ou que se todos os jornalistas fossem como ele, o mundo da informação seria o expoente máximo de ética e deontologia.

Como as suas palavras representavam a realidade que todos nós vivemos. “Todos nós sabemos que o que conta é o interior de cada um, mas o que se vê primeiro é o exterior e não temos uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão” E, ao seu modo muito particular, também soube introduzir um pouco de humor às aulas. “Imaginem um médico, nas urgências de um hospital, que vem falar à televisão e tem vestido uma camisa sem mangas, uns calções de praia e chinelos de meter o dedo.”, “Vocês tiram a televisão da cozinha e tentam explicar os perigos dela lá continuar e ouvem do vosso interlocutor algo do género ‘Põe a televisão no sítio e tem lá juízo” e tantas outras.

O professor Marinho, assim como todos os outros, passou tanto tempo connosco que é quase como se fosse da família, de uma grande família que se cria em cada faculdade, em cada curso… Agora só me resta esperar que os senhores a as senhoras que fizeram exame comigo hoje, a Psicossociologia da Comunicação, vejam o seu estudo justificado por uma nota agradável, e aguardar pelo próximo semestre, por Semiótica...