domingo, maio 15, 2005

E a cidade vestiu-se de negro…

…bem… Não foi totalmente de negro, haviam as variadas cores da nossa Academia, mas havia uma grande percentagem de negro. (E ainda bem que não estava um calor abrasador…)

Como todos os anos, na primeira semana de Maio, a cidade do Porto parou para nos ver. Como todos os anos, na primeira semana de Maio, todos os habitantes da Invicta ouviram falar do «modus vivendi» dos estudantes universitários.

Mas este no foi diferente.

Este ano eu já não era caloira, eu já era Puto/Grelada. E, para minha grande surpresa, estava anormalmente… chorona. Não si o que me deu. Passei um ano inteiro à espera da semana da Queima das Fitas, e quando ela chegou, fiquei emocionalmente desequilibrada (se algum dia não o fui).

Na noite da Monumental Serenata chorei como um bebé (já tinha chorado de tarde…), e sem saber se era de felicidade ou de tristeza. A verdade é que, ao ouvir aquelas guitarras, me lembrei de tudo quando tinha feito e do que me tinham feito a mim. Acho que foi nessa hora que senti que tudo o que me rodeava tinha muita importância para mim e que dificilmente me acostumaria a viver de outro modo, e que, mais cedo ou mais tarde, aquelas guitarras se iriam calar.

Esqueçam os litros de cerveja que pensam que bebi. Esta Queima estive praticamente a água, por isso, isto só pode ser verdadeiro. Depois veio a Sessão de Imposição de Insígnias. Como eu queria que a minha madrinha lá estivesse… Nesse dia sentia-me como uma verdadeira cabra, por a ter obrigado a ir lá ter comigo e nem a presença da minha prima me impediu de derramar umas lágrimas.

No dia do Cortejo foi a desgraça total. Ainda não me tinha mentalizado que teria de ir da Restauração à Praça D. João I em cima dos meus super-sapatos da Toga, com a minha super-capa traçada, e gotas de super-suor a escorrerem-me pelas costas. Assim que estávamos a sair, já eu estava a desejar passar a Tribuna. Mas valeu a pena (porque tudo vale a pena se a alma não é pequena. E para aturar tudo o que eu aturo, não só a minha alma tem de ser grande, como a minha paciência…)!

Das noites da Queima recuso-me a falar…

Só me resta falar do futuro. Os pobres dos caloiros acharam que tinha sido dura a Praxe que tiveram depois da serenata, por estarem trajados, mal eles sabem o que os espera… A nós, actuais Grelados, resta-nos esperar por algo, que nós não fazemos a mínima ideia de como será, mas que, tal como tudo até aqui, nos fará crescer (espera-se)…

Dura Praxis, Sed Praxis

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