quarta-feira, junho 06, 2007

Violência

Ontem tive a oportunidade tardia de ler algo que me deixou a pensar. Será que são os músicos europeus que são contra a violência ou será que é o público e a sociedade em que se inserem que não permitem essa violência? Eu pessoalmente não percebo muito de música (nem quero, chega-me gostar), mas sendo os músicos pessoas pergunto-me desde sempre (em sempre relativo… vá lá) se as pessoas não serão todas, no fundo, violentas. Ou, se calhar, procuram ver violência em outros para terem a certeza que estão bem; pelo menos assim haverá além sempre pior. E se as pessoas querem ver violência é normal que o ‘comerciante’ trate de a conseguir. (Bem vistas as coisas, os norte-americanos, coitados, não têm a TVI para se entupirem com sensacionalismo irracional). Não sei. Também não percebo muito sobre o ser social conhecido como Homo sapiens sapiens.

Hoje, no caminho para a FEUP, tive de atravessar o Hospital S. João. Vi pessoas nas Urgências; pessoas tristes. Pessoas que estariam a ruir no seu interior e ninguém podia imaginar com precisão. As obras para as novas instalações deste serviço estavam a decorrer com normalidade (julgo eu; a construção civil não é o meu forte) e, quem sabe se no final do estágio, ao passar no mesmo lugar, não vou ter oportunidade de ver muitas mais almas desfeitas pelas paredes de vidro que estão já levantadas. Na FCNAUP, os professores começavam a chegar. As meninas da ESE falavam do outro lado do passeio sobre a festa desta noite sabe-se lá onde e sorriam. No laboratório onde trabalho, o ser vivo Homo pré-sapiens (mais conhecido como engenheiro) estava a trabalhar numa folha de Excel. A menina de LLM estava a ouvir música e a conversar no MSN. O Joka estava a pesquisar no Google. O Danilo a imprimir os meus trabalhos… Há muitas coisas que acontecem todos os dias, bem pertinho de nós, e muitas vezes nem as vemos, nem damos por elas, nem reparamos que os objectos e os seres foram mudados de sítio pelo tempo sem a nossa autorização. ;)

Sem comentários: