terça-feira, outubro 24, 2006

CP

Olho para os mais novos (e, por mais estranho que isso me possa parecer, todos são mais novos neste momento) e apetece-me rir. Eles andam perdidos da vida. Vão para Norte ou para Sul só porque os mais velhos os mandam, mas não percebem nem metade das coisas que fazem. Apetece-me rir porque também eu já estive nesse lugar e já fui assim. Já fiz asneiras como eles hoje fazem e sinto-me feliz por olhar para trás e ter a capacidade de me rir de mim e dos meus.

Às vezes olho para os mais novos, os pequeninos que acabaram de chegar a este mundo e não têm culpa de nada nem devem ser culpados pelos erros dos que os antecederam, e apetece-me chorar. Choro de tristeza porque o tempo nunca vai voltar atrás e eu nunca voltarei a estar no lugar que eles hoje ocupam. Também choro por todos os momentos felizes que são meus e ninguém me irá roubar (porque esses momentos não são cachecóis nem dizem dominó num fundo laranja).

Já dei comigo sentada na nossa Floresta Encantada e a chorar, vendo estas larvas a evoluírem e tornarem-se nos projectos de belas borboletas que um dia todos nós veremos brilhar ao sol. É difícil para eles perceberem que temos saudades de ser também larvas, que as nossas belas asas servem para voar no céu acima deles mas que também nos trazem problemas com os caçadores. Possivelmente só o vão perceber quando as tiverem, porque quando eu era larva dizia que nunca sentiria isto e cá estou eu a sentir. Só espero que nunca ninguém tenha a necessidade de lhes cortar as asas…

Assim como nós neste momento, também eles vão sentar-se no alto de uma colina, vendo outras larvas evoluir, enquanto o pôr-do-sol se aproxima. Vão jurar que um dia, quando a Primavera assim os deixar, vão voltar para um último voo em conjunto, mesmo que muitos saibam que vai ser difícil para eles. Por enquanto eles ainda são larvas e nós ainda cá estamos. Ainda vamos ensinar muitas borboletas recém nascidas a voar. Vamos embora depois. E vamos voltar com o vento de uma manhã fresca de Maio ou Setembro, para dar novas lições, para falar do caminho que nós herdamos dos criadores e do que nós tivemos de conquistar para nós…

Porque depois de nós ninguém voará tão alto como a CP!

8 comentários:

Helena Borges disse...

Um pekeno apontamento... Nao te eskeças da Hierarquia Winda... Todos temos valor, se nao, nao estavamos la. Lembraste que ja me disseste isto vezes sem conta para me dar força? ;)

Filipa Moreira disse...

Claro que não esqueço... Os Windos estão sempre lá... Se não fossem vocês, a esta hora já tinhamos todos dado o tild... Porque, apesar de tudo, os Windos são o futuro de Jornalismo e Ciências da Comunicação. Um futuro a médio prazo, mas essa é que é a verdade...
Eu só tenho medo do que virá para o ano... Já temos a CP e agora os Windos. Para o ano será o quê? Sugestões...

Anónimo disse...

Só uma coisinha...

Acho que realmente deves ficar com medo. Afinal quem criou o nome Winda foram as pessoas que supostamente irão praxar para o ano.
Se continuarem com a mesma originalidade para nomes, não sei não...

Unknown disse...

Cabe-nos a nós preparas essas almas para a responsabilidade que irão ganhar..

Não tenhas medo, mas esperança... Como dissemos, aconteça o que acontecer não vamos desistir nem baixar os braços.

Não prometo resultados, mas prometo dar o meu melhor :)

Anónimo disse...

voces sao os maiores***

jamila disse...

só queria dizer o seguinte: as dúvidas, as incomprensões presentes k serão comprendidas no futuro, estão sempre presentes na nossa vida... não só em praxe... tudo evolui...e por muito k tentes ensinar, proteger, eles cairão nos seus próprios erros... porque ninguem tá preparado para o dinamismo, a surpresa com que a praxe, e tambem a vida, se mostra... e assim será, porque sempre assim o foi...

não tenhas medo...aprenderão a andar sozinhos, apesar de estar sempre alguem ao lado para os levantar, sempre que cairem... mas tem k o fazer sozinhos, para k um dia mais tarde possam fazer o mesmo...

sempre supervisonados pelos mais antigos, que por vezes são os mais sábios...

a saudade bate... e sempre baterá... quererás sempre estar no lugar deles... mas o nosso tempo passa... agora é a vez deles...e dos k se seguirão...

não tenhas medo do futuro...há sempre k esperar o melhor e nunca o pior, sempre com um sorriso nos lábios, como te é caracteristico...

beijos
jamila

P.S.: para quem não gosta de comentar blogs, acho que faço testamentos... lol

Dahnak disse...

Raios parta a mania de estragar as metáforas!.... tudo é uma mesma coisa!.... a Vida e a Prática. Há quem faça da Prática - Vida "mas isso são outros 500 paus"... Borboleta-Monarca, ensina aos novos, não como foste ensinada, mas como gostarias de ser ensinada, desde que os que te ensinaram não se ofendam e com isso discordem.... Ensina-os a distinguir um esquilo-voador de um morcego... uma minhoca de uma serpente... ensina-os que a diferença entre cair e aterrar depende apenas da graciosidade da queda... ensina-os que não importa a pouca importância que eles possam dar aos fios com que se cobrem na metamorfose,a metamorfose só ocorre graças a esses fios e nunca sem eles, porque só se aperceberão que têm asas quando se virem livres dos baraços de que se cobrirem....
Ensina-os isso tudo, Borboleta-Monarca.... e deixa-os aprender a voar sozinhos como todas as borboletas deveriam aprender....
;) **

Anónimo disse...

mama...
ja te disse, sem palavras, que és uma borboleta imortal, de cores suaves que vao perdurar no tempo, e de uma fibra rara de encontrar. e digo isto só como filha....
queria ter sempre um casulo e nunca ter de enfrentar o mundo, lá está, para que, como dizes, não correr o risco de me cortarem as asas.... que ainda serao tao pequeninas!!
mas haver borboletas lindas como tu faz-me ter mais confiança e vontade de percorrer esses cminhos a partida tao assustadores. obrigada!!!
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