segunda-feira, novembro 27, 2006

Spooky Love

Ele assusta-me. Assusta-me porque não sei nada sobre si. Na noite em que entrou na minha vida, trouxe o nevoeiro, o nevoeiro que eu fui aprendendo a amar, com o passar, do tempo, mas que no início me fez ficar parada, no mesmo sítio, assustada como um animal que se encontra, olhos nos olhos, com o caçador. Tentei manter a postura. Não podia dar eu sinais de fraqueza. Mas por dentro senti o meu coração pequeno. O nevoeiro que hoje amo como se tivesse sido sempre uma parte da minha vida cegou-me totalmente. Parada sem mover os meus pés, tentei tactear o mundo à minha volta para me orientar. Ao fim deste tempo já consigo amar a dúvida e a incerteza que ele representa.

Contudo, ainda me assusto ao vê-lo. O meu sangue ainda corre mais rápido nas veias quando sinto o seu toque, detecto o seu perfume, ouço a sua voz… Porque o risco é sempre risco. Nunca criará uma rotina. O meu mundo organizado caiu. Ele deu-me um novo mundo onde as regras são outras e não são do meu conhecimento. Mas a culpa foi minha que entrei nesse mundo e ainda consigo sorrir.

Tenho cada vez mais medo disto que está cá dentro e que não consigo saber o que é. E medo dele. De me magoar. De o magoar.

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