terça-feira, julho 10, 2007

A igreja deturpou o que nós somos

Pergunto-me se é verdade, se realmente foi a igreja que deturpou a imagem do satanismo ou se foi o Satanismo (dito Moderno, que, apesar de pessoalmente não concordar com a designação, vai ser a usada para melhor me expressar) que optou por usar a mensagem deturpada. Recuando no tempo, posso ver que a igreja apareceu ainda os séculos não chegavam às dezenas e desde sempre usou a imagem de um ser malvado para se afirmar. O Satanismo conta com 40 anos.

Ser satanista é acreditar que não existe nenhum acima de nós, ser elitista, ser hedonista, mas dizer tudo isto é bem diferente de dizer ‘Sou Satanista’. Porque se eu disser que sou hedonista por certo existirão pessoas que me iram responder ‘eu também’, enquanto que dizer que sou satanista implica manifestar a vontade de entrar numa guerra, que todos sabem que existe, mas nem todos têm coragem de a fazer sua.

Quando Anton LaVey fundou a CoS, ao escolher o seu nome sabia o que iria começar. Nem irei discutir se o fez bem ou mal, porque seria afastar-me do tema principal e acrescentar redundância àquilo que me considero ser. É um facto e todos aqueles que acreditam no Satanismo e se dizem satanistas sabem do que falo (acho eu...). Está implícito um orgulho na palavra Satanismo que nenhuma outra possui, que torna também o seu uso tão importante.

Não acho que a igreja tenha deturpado o que é o Satanismo Moderno de um modo em particular, mas sim que sermos olhados de lado quando andamos na rua (sem razão nenhuma, eu sei, vocês sabem, mas as restantes pessoas parecem não saber) foi um caminho escolhido por cada um de nós. E sim, a igreja não ajuda.

2 comentários:

Leandro disse...

Ao que parece todos os símbolos que o cristianismo impôs ao Demônio (inclusive tal definição) tenham sido adaptações (ou deturpações, se preferir) de conceitos muito anteriores.
O nome "demônio", p.ex., é de origem grega e indica uma força de transformação a partir da destruição de algo anterior; não é bom nem mau. O pentagrama é um símbolo místico milenar que representa força e proteção; as formas atribuídas a satanás são também representações de deuses pagãos anteriores ao cristianismo e por aí vai.
Pelo que sei, o cristianismo apoderou-se desses símbolos todos para, entre outros objetivos, colocar os não-cristãos na condição de seguidores das tais "forças do mal", impondo-se como única via a algo superior (no caso, Deus).
Mas, observando-se a História, podemos mesmo constatar quem representa, de fato, as "forças do mal", não é mesmo?

Dahnak disse...

Tás a pedir que um talhante aprove o consumo regular e/ou exclusivo de peixe... Ambos alimentam, ambos são necessários a uma alimentação saudável, dificilmente ouvirás isto da boca de um talhante.
Já eu... como de tudo.
Quanto ao que diz o Leandro.. apenas posso acrescentar que, se te derem paté de atum e de figado de ganso, ambos cheiinhos de ketchup, ser-te-á difícil distinguir um do outro. É a única forma que o talhante tem de vender peixe. :p