quarta-feira, março 02, 2005

I am my own master-peace

Sou apologista dos sentimentos. Para mim, o que faz de alguém bom médico, bom enfermeiro ou bom jornalista não são os conhecimentos que vão adquirindo, mas sim se são ou não Seres Humanos. E o que é isso? Ser-se Ser Humano envolve os sentimentos que somos capazes de experimentar. Ora, nas aulas, ninguém nos diz como nos devemos sentir perante uma pessoa que está eufórica ou num pranto. Isso aprendemos cá fora.

E aprendemos como? Aprendemos nas festas de Faculdade, quando enfrascamos com os amigos, quando fumamos maços e maços de tabaco, quando vamos para a cama com tipos que conhecemos nessa mesma noite, quando fazemos asneiras, nos corredores quando matamos o tempo entre uma aula e outra, porque é nessas alturas que pomos em prática os nossos ideais. E no fundo, todos estes espaços não passam de um laboratório; a vida universitária reduz-se a um tubo de ensaio, onde escolhemos a quantidade de elogios, criticas, lágrimas, sorrisos que queremos usar e vemos os resultados.

Para mim, pagamos as propinas para passarmos 4 anos (ou mais, na pior das hipóteses) a fazer experiências em nós próprios e ninguém nos culpa por isso. Por um lado, vamos treinando para quando sairmos para o mercado de trabalho. Por outro, ninguém nos pode despedir, por mais asneiras que sejam feitas. E então, temos liberdade suficiente para seguir o método tentativa-erro, e este método pode ser utilizado não só a nível psico-social, mas também a nível físico, que nos vai transformando o guarda-roupa.

E todos os sentimentos são bem vindos. Amor! Antes de tudo o resto, vamos experimentar o Amor, vamos amar o nosso curso, os nossos novos amigos, o que fazemos, os alunos mais velhos, os mais novos… Somos capazes de nos apaixonarmos pelo empregado do café onde estudamos para os exames e no dia seguinte pelo tipo que está sempre na biblioteca quando lá vamos. E a parte melhor é que não temos medo nem vergonha de dizer as maiores barbaridades, porque são ditas por amor…

Vaidade! Eu entrei no Ensino Superior! Eu consegui tirar boa nota a Anatomia! Eu fiz um trabalho tão bom a Design que o prof ficou de boca aberta! Todos nós temos orgulho naquilo que fazemos, mesmo que o feito não seja assim tão grande. Nos primeiros dias em que trajei, parecia um pavão, porque, não só estava no Ensino Superior e todos o podiam ver, como também estava apta a transmitir aos recém chegados o que era viver secundum praxis. A vaidade é algo bom porque… nos faz sentir confiantes, grandes, donos do mundo.

Ciúme! O Ciúme e a Inveja costumam andar lado a lado nos corredores das faculdades (já me disseram que eles namoravam, mas eu não sou de me meter na vida dos outros…). Também são bons. Quem nunca sentiu ciúme ou inveja, por um instante que fosse, de alguém? E ainda bem que é assim, porque dá-nos um incentivo a trabalharmos mais e pode estabelecer um objectivo para aqueles que não têm nenhum em especial e não saem do sítio. Já sabem estudantes de Portugal: Invejem o vosso colega do lado, queiram receber os elogios que eles recebem hoje e amanhã estarão um passo à frente!

Ódio! Odeiem. Sejam maus. Não tenham sentimentos por quem não tem sentimentos por vós. Se há alguém na vossa turma que quando entra na sala vos causa uma sensação que não sabem explicar e só vos apetece dar murros em tudo e em todos, então não descansem enquanto não destruírem essa pessoa. Magoem-na se ela vos magoa. Digam aquilo que sabem que ela não quer ouvir, no momento mais oportuno. E assim aprenderam a “controlar” esse turbilhão de sentimentos e quem merece essa fúria, porque nem todos o merecem.

O desafio é este! Aproveitem o tempo em que estão na faculdade para fazer todo o tipo de asneiras: assaltem lojas, roubem carros, consumam drogas, pratiquem sexo desenfreado, insultem os vossos amigos, abram o coração aos inimigos para que este seja esfaqueado, criem problemas com os que vos rodeiam. Mas que, no fim da jornada, quando estiverem a passar na tribuna, com uma cartola e uma bengala, sintam que as bases de um novo ser estão cimentadas, que são a obra-prima e o seu próprio criador… (para o bem e para o mal)

Estas palavras não são para serem levadas a sério pelos professores. Se mesmo assim pensarem em aplicar também esta filosofia, lembrem-se dos pobres alunos que não vivem assim, dos que vivem e são vítimas do sistema e, já agora, que podem ser despedidos…

3 comentários:

unintended disse...

Textos muito compridos...Ñ li...No entanto, o texto anterior deixou-m com uma dúvida...Tu diz k tens duvidas, no entanto ñ fazs nd para as retirars do teu corpo convulso.
Estás possuído pelo pior dos sentimentos humanos-a dúvida!
Kando tens uma dúvida na faculdd o k fazs?Vais ter com um professor, ou então estudas tu própria para a retirars...É isso k tens d fzr...Estudar, ñ tudo k existe sbr o assunto, mas sers selectiva e a partir das acções agirs da maehor maneira.
Eu tnh uma dúvida e tou a tentar k tu m a retires...Será k consegues?
BjS

unintended disse...

Desculpa os erros, mas foi um comentário escrito à pressa...Cm tu dirias, o k interessa é a intenção e o espírito...
Deve ser dos posts com mais comentários!
=)
lol

Filipa Moreira disse...

Olha, não concordo ctg... É a duvida que faz com que o Homem avance na sua caminhada...

As coisas que eu estou agora a descobrir já são velhas para ti e é normal que digas que tenho de dissipar a dúvida.

Para mim, ainda estou a tentar guardar a informação nas gavetas, só depois é que posso passar à fase seguinte.

E só a título de curiosidade, dexa-me dizer-te que já fui católica, pagã, adoradora de Satan... Já ouvi muitas coisas que eram "verdade", como deves calcular.

E, já agora, eu não me envergonho da minha(s) dúvida(s)...