segunda-feira, junho 13, 2005

“Deve estar aí alguma coisa mal…”

Pois. Esta é a conclusão a que todos chegamos quando estamos a trabalhar no Access, queremos preencher uma tabela, depois de criarmos o diagrama entidade-relação, e não conseguimos. O que, às 9h da manhã não conseguimos perceber é que as relações entre as tabelas estão mal feitas. Mas também há uma pessoa que não nos diz (pelo menos não antes de nos obrigar a tentar descobrir sozinhos e arrancarmos alguns cabelos), e essa pessoa é o professor Sérgio Nunes.

Mais uma vez, e para não variar, este tipo de comportamento deixava-me profundamente… furiosa, com vontade de bater em alguém. É sempre mais fácil que nos digam onde nos enganamos, em vez de perdemos tempo a tentar descobri-lo sozinhos. Contudo, tenho de agradecer ao professor Sérgio por não me ter dito como resolver todos os meus erros, porque quando o descobri sozinha senti-me a pessoa mais inteligente da sala (durou pouco, mas foi bom enquanto durou), e ainda não me esqueci do que aprendi.

Formado em engenharia, tanto quanto sei, (os engenheiros estão por toda a parte, são a praga do século, não que eu tenha algo contra os engenheiros…), o professor Sérgio dá aulas ao 2ºAno (CDI e AM). E o mais curioso é que, ao longo de uma ano, dado eu não ter faltado a nenhuma aula das suas, nunca o vi zangado ou de mau humor. Muito pelo contrário, sempre que alguém lhe fazia uma pergunta, ele sorria.

Das duas uma, ou fica todo contente por poder mostrar os seus conhecimentos na área da informática, ou tratam-se de sorrisos do tipo “vilão” (aqueles sorrisos que os tipos maus de Hollywood fazem quando têm um plano para dominar o mundo), por saber que para nos tramar basta o querer. Mas, bem vistas as coisas, se eu tivesse de dar aulas à minha turma, também me ria, de manhã à noite, tamanha é a nossa burrice, e porque não estupidez, no que diz respeito a computadores (falo na maioria, claro).

Devo confessar que de todos os professores e professoras que eu tive até hoje (na faculdade), o professor Sérgio é aquele que eu mais invejo. E a minha inveja é tanta que se ele soubesse, me reprovava, sem olhar sequer para o meu trabalho (o que vale é que a nota de CDI já está segura). E porque é que eu o invejo? Porque gostava de saber tanto como ele e, mais importante de tudo, adorava fazer o que ele faz: dar aulas de informática.

Claro que o professor Alexandre também deve saber muito, mas como eu nunca tive aulas práticas com ele… Falta ver (para crer… Eu também percebo, teoricamente, bastante de genética, mas não me meto num laboratório a fazer experiências. O que é uma pena, mas…). E esta minha inveja/admiração pelo professor Sérgio reflecte-se no meu comportamento nas aulas (não no comer na sala, mas no estar sempre de pé, a tentar ajudar tudo e todos).

No fundo, tudo o que eu queria era fazer com que todos percebessem da matéria e que começassem a gostar do que estavam a fazer e, ao mesmo tempo, ser uma mini-professora. Mas tudo o que eu consegui foi deitar por terra a estratégia do “descubra você mesmo” do professor Sérgio e, hoje, se ele não gostar de mim, não o sensuro…

1 comentário:

Filipa Moreira disse...

Inveja? Onde é que eu estava com a cabeça?

Como é que eu posso pensar em ser igual ao professor Sérgio? É impossível...

Durante esta última semana, o professor foi incansável (e levar comigo e com a Joana todos os dias cançava qaulquer um), esteve sempre disposto a ajudar-nos, mesmo que lhe estivessemos a interromper reuniões, ou coisas parecidas (mas também nunca vi ninguém ter tantos compromissos numa só semana), teve tempo para responder aos nossos mails e ainda perdeu o seu tempo a ouvir as nossas dúvidas pessoalmente.

Deu-nos confiança para experimentarmos coisas novas, porque se algo corresse menos bem, ele estava lá para as resolver e para sugerir novas soluções.

(Às vezes não custava nada ser amigo e dizer que estava orgulhoso das nossas formas de concretizar as nossas ideias. Afinal, os aprendizes estão sempre a elogiar-nos, o que faz a diferença é a opinião do Mestre. Seja como for...)

Inveja? Que tonta... Posso substituir por Admiração?