segunda-feira, outubro 17, 2005

Running to suicide

A Lua ia alta nessa noite, na noite em que eu acordei e não sabia onde estava. Olhei em todas as direcções e não conhecia nada. Pela primeira vez tive medo. Não aquele medo parvo que se tem quando se vai ao dentista ou ao hospital. Um medo verdadeiro, um medo de seguir um caminho sem volta, numa estrada onde se circula de olhos fechados e onde não se sente o chão que se pisa.

Nessa noite, tive de aprender o que já tinha esquecido. E reaprender é pior do que aprender, porque ao longo de todo o processo, vão surgindo as lembranças do que um dia já fomos e os motivos pouco lícitos porque deixamos de o ser. As recordações das alturas em que não fomos fortes o suficiente e nos deixamos moldar pela sociedade.

Dá vontade de rir pensar que nos podemos esconder atrás de justificações como “os outros não têm de saber que eu defendo isto ou aquilo, é algo pessoal, privado…” Não! Aquilo que defendemos não tem de viver só dentro de nós! Temos de partilhar com o mundo, com os amigos mas também com os inimigos. Temos de ter orgulho naquilo que gostamos de fazer ou de ser.

O mais importante é andarmos na rua de cabeça erguida. E enquanto tentarmos calar a voz que grita dentro de nós, dizendo para sermos felizes do nosso modo, isso não será possível.

Por isso, se calhar, até ao final do ano de 2005, terão surpresas da minha parte… Surpresas negras…

1 comentário:

Filipa Moreira disse...

Não se assustem... Também não é nada de outro mundo...