quinta-feira, novembro 18, 2004

The girl that you loved is the Woman that you fear

Ainda não falei nos meus gostos? “Como é possível?”, perguntam vocês. “É possível porque”, respondo eu, “para isso é que existe o profile”. Mas mesmo assim, eu vou falar daquilo que gosto, mas só de uma coisa.

Marilyn Manson. Alguém sabe quem é? Marilyn Manson, pelo menos o que eu vou falar hoje, é o nome de uma banda norte-americana composta, agora, por quatro elementos. Mas eu ainda sou do tempo em que era constituída por cinco e é dessa que vou falar.

Quando eu andava no 9ºAno, a minha mãe ofereceu-me no natal (ainda eu acreditava no natal) um cd de uma banda pesada, o meu primeiro. Chamava-se “The Last Tour on Earth”. Gostei e, na páscoa (ainda eu acreditava na páscoa), a minha avó ofereceu-me um álbum que dá pelo nome de “Mechanical Animal”, que continua a ser um dos meus favoritos.

O tempo passou e os cd’s de Marilyn Manson foram-se multiplicando (ainda eu acreditava no milagre da multiplicação, brincadeira) na estante. O que é que eu vi nesses cd’s? Boa pergunta… Talvez tenha visto um retrato da realidade que a minha mãe (que ironicamente mo ofereceu) sempre me tentara esconder.

Eu era a menina dela e devia passar a minha vida à espera do meu príncipe encantado. Não me devia preocupar em ver para além disso. Porque essa foi a educação que lhe deram e era a única que ela me sabia dar. Mas eu encontrei uma educação nova e ela assustou-se.

Hoje as minhas ideias e opiniões ainda a assustam. Ela tem medo que eu deite por terra todos os sacrifícios que fez por mim, que não justifique os tempos de crise por que passou. Ela ainda tem medo que eu não seja feliz ou que o seja em demasia e me esqueça dela. E vai morrer com ele, porque não tem força de vontade para o vencer.

Resumindo, ouço Marilyn Manson porque gosto da melodia. Mas, principalmente, porque as letras me fazem pensar e perceber um mundo que os outros me tentam esconder. Há muitos outros motivos, mas só quem gosta os perceberia…

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