quarta-feira, novembro 17, 2004

You hate yourself*

(A esta hora já todos estão a pensar “Mas ela só ouve esta música?”. Devo confessar que esta música, de facto, é uma das minhas favoritas e que me diz muito. Porém, devo também referir que a culpa não é só minha, mas também do Excelentíssimo Senhor Fernando Ribeiro, que, com a restante banda, tem a mania de fazer muito boa música e depois dá nisto…)

Há alturas na vida em que uma pessoa pára e repara que não tem tido o melhor de todos os comportamentos que poderia ter para com este ou aquele ser humano. A mim aconteceu-me isso recentemente. Um dia acordei e percebi que cometera já muitos erros e que não os queria cometer mais.

Mas mais do que isso, queria remediar todas as situações menos boas de se recordarem. Já me cancei de pedir desculpa às outras pessoas. Elas desculpam, o problema não é esse. O problema é que a palavra “Desculpa” já não faz sentido algum, nem para quem a diz nem para quem a escuta.

Muitas vezes tenho sido egoista. Muitas vezes tenho sido arrogante. Muitas vezes não tenho a noção de que a minha liberdade acaba quando começa a do outro. Muitas vezes não sou uma boa pessoa.

Muitas vezes fui arrogante. Uma vez fiz uma entrevista a um rapaz (através da minha prima). Ele ajudou-me a fazer um trabalho sobre Cultura Gótica e eu sempre me comportei como se fosse a dona da verdade. Vejo hoje que fui uma idiota (mas não contem a ninguém).

Pedi desculpa uma vez, a ele, nunca a mim. E, se calhar, foi por isso que nunca teve sentido para a minha pessoa. Este post é um descargo de consciência por nunca antes me ter apercebido da minha arrogância nessa altura.

Agora talvez possa continuar a minha caminhada com a alma mais leve, mesmo que todos aqueles para quem fui injusta nunca me voltem a olhar com bons olhos.

Já disse ao Espelho e ele respondeu-me como um sorriso…

*As We Eternaly Sleep on it, Moonspell

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